segunda-feira, 15 de novembro de 2010

EM ALTA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL


         Com o crescimento econômico em torno de 9% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período em 2009, o Brasil desponta como um dos países mais promissores para os próximos anos. O resultado positivo estimula o aumento da produção nas empresas e, por consequência, a abertura de novos postos de trabalho.
         Nesse contexto, surge um problema fundamental que o Brasil precisa resolver para não perder a maré desenvolvimentista: a formação de mão de obra capacitada com a rapidez possível que não comprometa a qualidade. São esses profissionais que irão dar sustentação à competitividade das empresas no mercado globalizado, permitindo sua expansão nesse momento altamente favorável para o Brasil.
         Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), faltam, atualmente, cerca de 320 mil trabalhadores com qualificação no Brasil que estarão envolvidos diretamente com os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. Analisando o quadro caótico que se desenha, as esferas do poder público decidiram investir na única saída plausível: a expansão da educação profissional.
         Apesar do recente crescimento de matrículas, esse ramo da educação ainda deixa a desejar no Brasil. Somente 10% das matrículas do ensino médio voltam-se para a educação profissional. Como fator de comparação, a Argentina tem 25% dos estudantes do ensino médio em cursos técnicos; na Coréia do Sul, são 37% e, na Alemanha, quase 70%.
         Para Almírio Melquíades de Araújo, coordenador de ensino técnico e médio do Centro Paula Souza – entidade que administra as Escolas Técnicas Estaduais de São Paulo – o ideal é que a formação profissional ocorra durante o ensino médio, para que o sistema possa corrigir um pouco das distorções causadas com as políticas educativas anteriores de abandono da formação técnica, ministrada na fase do ensino médio, cujos resultados estão sendo bastante sentidos agora. “Não adianta ter um crescimento e 9% se você não puder suprir essas demandas”, afirma Olavo Henrique Furtado, coordenador de pós-graduação e MBA da Trevisan Escola de Negócios.

(Extrato da matéria  “Ensino Técnico:
Pilar do Desenvolvimento”, publicada
na revista Agitação, nº 94, p. 22 – 25)

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